Há alguns anos, temos trabalhado as conexões entre justiça climática e direito à cidade. Começando com a publicação do nosso documento temático em 2020 e dando continuidade ao trabalho junto aos nossos membros em iniciativas locais, nacionais, regionais e globais. Esse trabalho se intensificou rumo à COP30, com grande expectativa de movimentos sociais e territoriais sobre o processo. Nesse contexto, durante o ano de  2025, realizamos 9 encontros em uma força-tarefa envolvendo formação sobre o tema, além da criação conjunta de uma agenda comum e estratégias rumo à conferência para fortalecer a presença e a participação de movimentos sociais urbanos e organizações da sociedade civil com o debate sobre justiça climática. 

Você pode saber mais sobre a campanha da plataforma na COP30 em nosso hotsite. Abaixo, confira todos os encontros da força-tarefa da plataforma para a conferência do clima em Belém.


1º encontro – Fevereiro

Encontro inicial 

A reunião foi um pontapé inicial para alinhar nossos esforços coletivos, trocar ideias e criar estratégias sobre como maximizar nosso impacto, tanto na COP quanto para além dela, garantindo que a perspectiva do direito à cidade sobre a justiça climática seja considerada e que nossas vozes sejam efetivamente representadas.

A reunião serviu tanto como uma sessão informativa quanto como um primeiro momento de coordenação, com foco não apenas na participação na COP, mas também na melhor forma de coordenar e reforçar nossas capacidades em relação à justiça climática.


2º encontro – Março

Sessão informativa sobre COPs

O foco dessa reunião foi compartilhar informações básicas sobre as COPs, especialmente sobre como elas funcionam e as modalidades de participação. Os principais pontos abordados foram: datas importantes; oportunidades e modalidades de participação; logística  e agenda conjunta.


3º encontro – Abril 

Rumo a uma estratégia conjunta

A sessão foi dedicada a encontrar pontos-chave do nosso trabalho comum sobre a intersecção entre a justiça climática e o direito à cidade, a fim de informar uma estratégia conjunta. Para apoiar o desenvolvimento da sessão, mapeamos alguns dos pontos centrais da nossa abordagem, com base em trabalhos anteriores e em curso. 

Alguns dos principais pontos identificados como estratégias de justiça climática foram: financiamento climático para as cidades; litígio estratégico; coprodução de políticas e dados; fortalecimento das capacidades; e melhoria integral dos bairros. 

Entre as prioridades para a COP30, foram elencados os seguintes temas: impactos das mudanças climáticas nos territórios; estratégias de adaptação; planos climáticos locais e metodologias participativas; água, habitação e direitos fundiários.


4º encontro –
Maio

Expectativas e preparativos para a COP30

O encontro discutiu os avanços recentes da preparação para a conferência e as expectativas por parte de diferentes organizações.  

Na atualização institucional, Mila Dezan, da Secretaria Geral da Presidência destacou iniciativas para ampliar a participação social, fortalecer a Zona Verde, criar um inventário de soluções da sociedade civil e organizar uma pré-COP nacional em outubro. Já Rayne Moraes, Oficial Nacional da ONU Habitat Brasil e Rodrigo Führ, Ponto Focal da ONU-Habitat para a COP30  apresentaram sua agenda para a COP30, incluindo dias dedicados ao urbanismo, uma reunião ministerial sobre Urbanização e Mudanças Climáticas, a Cúpula de Líderes Locais e o Hub Cidades e Regiões — idealizado como a “sede” do Mutirão Global. A reunião também incluiu atualizações sobre as negociações pré-COP em Bonn, onde as principais discussões se concentrariam na definição de 100 indicadores globais de adaptação. 


5º encontro – Julho

Negociações climáticas em Bonn  

A reunião apresentou um panorama das negociações climáticas realizadas em Bonn, destacando o papel central dos Órgãos Subsidiários da UNFCCC na preparação para a COP em Belém. Os relatos enfatizaram desafios procedimentais, tensões sobre financiamento e avanços limitados em temas como adaptação e transição justa.

Os principais pontos incluíram a síntese dos 490 indicadores de adaptação para uma lista final de 100, o impasse em torno da Nova Meta Coletiva de Financiamento (NCQG) e as pressões crescentes sobre infraestrutura e logística para a COP30. Também houve destaque para a renovação do Programa de Trabalho de Lima sobre Gênero e para o início das negociações de um novo plano de ação com enfoque interseccional.

O painel sobre financiamento climático aprofundou os desafios estruturais do tema, apontando a insuficiência de recursos, o peso excessivo de dívida, a dificuldade de acesso por comunidades vulneráveis e os limites do Fundo de Perdas e Danos. O encontro contou com a participação de Michelle Ferreti (Instituto Alziras), Adriana Vásquez Rodríguez (La Ruta del Clima), Julie Greenwalt, (Cities Alliance) e Lucas Turmena (UN University).


6º encontro – Julho

Adaptação climática

Sessão formativa sobre adaptação climática, seu desequilíbrio em relação à mitigação, e a meta global de adaptação (GGA), incluindo indicadores relacionados a assentamentos humanos. Trouxemos ainda alguns exemplos de como a adaptação ocorre no contexto urbano e compartilhamos informações sobre a Cúpula dos Povos e as possibilidades de articulação e incidência no evento. 

Participaram do encontro Thaynah Gutierrez (Observatório do Clima), Martine De Zoeten e Rayne Moraes (ONU-Habitat), Pauline Kariuki (Huairou Commission), Sonia Dias e Marcela Valdivia (WIEGO) e Julia Ladeira (MTST).


7º encontro – Agosto

Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)

Edição especial em parceria com a Coalizão Internacional pelo Hábitat da América Latina (HIC-AL) e Misereor, para abordar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e como as cidades podem aportar e incidir nessas metas climáticas.

Confira aqui o documento final resultado desses encontros conjuntos facilitados em parceria com a HIC-América Latina, Misereor, IIED-AL e Foro Ciudades para la Vida.


8º encontro – Setembro

Documento de posicionamento

Apresentação do documento de posicionamento que elaboramos a partir das sessões realizadas na força-tarefa, incluindo as mensagens-chave da PGDC para a COP30. 

Dentre elas: a participação das comunidades em planos de mitigação e implementação das NDCs 3.0; construção dos componentes territoriais do Objetivo Global de Adaptação; descentralização e alavancagem do financiamento climático local; e salvaguardar a função social e ambiental dos serviços básicos e dos ecossistemas.

Também compartilhamos algumas das atividades propostas para a COP30, tanto em espaços oficiais da conferência, como nos espaços paralelos, que também seriam muito relevantes. 


9º encontro – Outubro

Últimos preparativos para a COP

Na última reunião antes da COP30, repassamos detalhes logísticos, nosso documento final de posicionamento comum e a agenda de atividades confirmadas até aquele momento.