Favela de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo (SP)

Favela de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo (SP). Crédito: Tuca Vieira

A Plataforma Global de Direito à Cidade participará da PrepCom2,  em Nairóbi, no Quênia, de 14 a 16 de abril. A segunda sessão do Comitê Preparatório é uma prévia da Habitat III  (terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável), que será realizada em 2016.

De acordo com Nelson Saule Júnior, coordenador geral da Plataforma Global e também representante do FNRU (Fórum Nacional pela Reforma Urbana),  a PrepCom 2 terá como principais debates a definição dos critérios  e formas de participação da sociedade civil nos governos locais e a construção da Agenda GlobalUrbana – Habitat  “Ainda vai ser definido se essa agenda será voltada para as  questões  urbanas ou  se será um agenda voltada  ao Habitat   com ênfase nas condições  de vida urbana  e rural.

 A reunião preparatória da Habitat III vem na sequência do Fórum Social Mundial, realizado na Tunísia em março, e que, entre a diversidade de temas abordados, deu espaço ao debate sobre o Direito à Cidade.  Nesse último fórum, segundo Saule Júnior, ficou evidente que a sociedade civil quer a garantia de que não haja um retrocesso em relação aos compromissos assumidos sobre  a promoção do  desenvolvimento urbano sustentável  o do desenvolvimento do direito à moradia adequada estabelecidos na Agenda Habitat que foi pactuada durante a Conferência do  Habitat II realizada há 20 anos em Istambul (Turquia).

 “Muita  coisa que foi definida naquela conferência ainda não foi cumprida,  principalmente a questão de um maior fortalecimento dos governos locais no que diz respeito a terem maior capacidade de governança e  financeira.  No Brasil, por exemplo, há um déficit habitacional considerável e o números de assentamentos de baixa renda que precisam de urbanização e regularização fundiária como forma de promover o direito à  moradia adequada para  a população que vive nesses assentamentos. A proliferação de assentamentos precários é uma realidade em vários países da América Latina, da África e da Ásia. A melhoria das condições de vida das pessoas que moram nas periferias é um ponto fundamental no debate”.